quinta-feira, agosto 6

SE DEPENDER DE NÓS...

"...Depende de nós
Que o circo esteja armado
Que o palhaço esteja engraçado
Que o riso esteja no ar
Sem que a gente precise sonhar..."

 

("Depende de Nós"- Ivan Lins e Vitor Martins)

 

Pelo visto, o circo estará permanentemente armado e nós, os palhaços, estaremos sempre engraçados, pagando caríssimo para tocar as nossas vidinhas com um mínimo de dignidade, enquanto os abutres, os vermes, os párias, as ratazanas de esgoto se locupletam construindo verdadeiros impérios por este Brasil afora com o dinheiro e os recursos públicos.

E ainda falam em ética. E ainda têm o displante de instituir uma comissão de ética dos ratos.

Disse a ratazana maranhense: "Quem não atende ao pedido de uma neta?..."

Outro dia, li Roberto Pompeu de Toledo argumentando apropriadamente que o presidente do senado lupanar acredita-se ético e digno, vendo-se, de fato, como um "não comum", um imortal da ABL com seus marimbondos em fogo e seu bigodão obsceno.

 

"...É!
A gente não tem cara de panaca
A gente não tem jeito de babaca
A gente não está
Com a bunda exposta na janela
Prá passar a mão nela..."

 

("É" – Gonzaguinha)

 

Ah!... meu caro Gonzaguinha... Temos cara de panaca, sim!... Jeito de babaca, também!...

Se não, como justificar esses mais de 180 milhões de bundas nas janelas recebendo incessantes e imorais apalpadelas e dedadas dessas mãos pútridas que nós, os palhaços, os babacas, os panacas levamos e mantemos diuturnamente no poder?...

Tem jeito, não... Acho que a gente já tomou foi gosto pela coisa.

 

3 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Tira já a bunda daí!!!!

terça-feira, 11 agosto, 2009  
Blogger Nanda Linda disse...

É simplesmente assim. Ouvimos tudo, vimos tudo, mas ficamos calados, impotentes. Também pudera, aderimos ao comodismo, ao deixa-pra-lá. Só que quem tem fibra só bota a bunda na janela pra tomar ventinho, aí de quem tocar nela.

quinta-feira, 13 agosto, 2009  
Blogger Nanda Linda disse...

Olha, sou abelhuda mesmo, adoro seu blog, leio tudo e achei uma coisa interessante, parecida com palavras suas: De Viniciu p/ Millor:
A você, meu caro Millôr Fernandes,
(Poeta íntimo, homem triste, grande humorista, mais conhecido por Vão Gogo, às vezes)
A você, que me pede o poema da minha tão sonhada volta
Ao Rio,
Eu direi humildemente: faço.
Não é fácil, mas faço. Sem dúvida melhor fora
Sair por aí transpirando e sonâmbulo, os braços estendidos
A todos os azuis, os pés indiferentes a todos os abismos,
a aspirar, de olhos cerrados,
Os úmidos perfumes desta cidade de infinitas paciências
E fragrâncias. Entretanto
Coisa grave é um poema, e eu me dedicarei provisoriamente
A tão duro dever. Nada lhe prometo, porém,
Nada de bom, de vez que ora sou apenas o filho pródigo e
Sinto-me inda obnubilado
De beleza.
Ah, nada mais doce que essa sensação de pousar a cabeça
No colo morno da pátria
E deixar-se estar olhando o céu – como no Arpoador,
Onde se morre a cada instante ante o dilema
Natureza e mulher. Que coisa, Millôr Fernandes,
A mulher no Rio! Quantas cortinas
De veludo nos seus olhos, e com que maciez são abertas
Até a vida! Que delícia, Millôr Fernandes!
Que grande delícia! A ela, antes e primeiro – salve!
E salve lindo! Por ela tudo: poema, alaúzas, ombro-armas,
Mortes, ressurreições.

quinta-feira, 13 agosto, 2009  

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