domingo, maio 31

LISTA "GORDA"

A Lista

Oswaldo Montenegro

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
Quanta s canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?

 

quarta-feira, maio 27

HUMILDADE

Cecília Meireles

"Tanto que fazer!
livros que não se lêem, cartas que não se escrevem,
línguas que não se aprendem,
amor que não se dá,
tudo quanto se esquece.

Amigos entre adeuses,
crianças chorando na tempestade,
cidadãos assinando papéis, papéis, papéis…
até o fim do mundo assinando papéis.

E os pássaros detrás de grades de chuva.
E os mortos em redoma de cânfora.

(E uma canção tão bela!)

Tanto que fazer!
E fizemos apenas isto.
E nunca soubemos quem éramos,
nem para quê."

Onde achei esse tem mais e do bom: http://iliquidus.org/

 

sexta-feira, maio 22

ERRATA

Dentre várias, no textículo abaixo, tem uma que é crucial: "carneiros bastando solenes". Poderiam estar balindo, passeando e até bostando... bastando, talvéz, até. Apesar de não saber quantos carneiros são bastantes para se pegar no sono, por exemplo, ou pra fazer uma carneirada, um meninico de carneiro, sei lá.
Fato é que, no caso, os carneiros estão PASTANDO solenes.
Foi apenas uma interferonada da minha parte. OK?

ZÉ RODRIX

Quase um hino da geração brasileira paz&amor, "Casa no  Campo" era o sonho, o ideal de uma juventude que "ia mudar o mundo", com seus carneiros e cabras bastando solenes no jardim, amigos do peito, discos e livros e um filho de cuca legal.

Valeu, Zé!

Tomara que essa casa  esteja te esperando num campo lindo, com seus discos e livros e muito mais (os rocks rurais já não estão muito em voga). Os filhos de cuca legal e alguuns maigos do peito irão depois. OK?
Agora, não serão mais necessários os limites do corpo nem nada mais.

 

Casa No Campo

(Zé Rodrix e Tavito)

Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais
Eu quero carneiros e cabras pastando solenes
No meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
Meu filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal
Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais

 

terça-feira, maio 19

ESQUADROS/CALCANHOTOA

(Belchior)

 

Eu ando pelo mundo prestando atenção
Em cores que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar
Cores de Frida Kahlo, cores
Passeio pelo escuro
Eu presto muita atenção no que meu irmão ouve
E como uma segunda pele, um calo, uma casca,
Uma cápsula protetora
Eu quero chegar antes
Pra sinalizar o estar de cada coisa
Filtrar seus graus
Eu ando pelo mundo divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer a fome nos meninos que têm fome
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle
Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm para quê?
As crianças correm para onde?
Transito entre dois lados de um lado
Eu gosto de opostos
Exponho o meu modo, me mostro
Eu canto para quem?
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle
Eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço?
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle

 

segunda-feira, maio 18

SEM CAIS

(Pedro Sá / Caetano Veloso)

 

"...Quero tanto, quero tanto, quero tanto você

Mar aberto, mar adentro, mar intenso, mar imenso sem cais

Tou com medo, tou com medo, tou com medo de ver

Que inda posso, que inda posso, que inda posso ir bem mais..."

 

DO BLOG DE MARIA SAMPAIO

"Sugestão de pauta": Por que o SUS vai descredenciar a rede particular que atende paciente oncológico?

Ontem na reunião do Grupo Bem Viver* a colega Rita nos deu a péssima notícia: a partir de dezembro o SUS descredencia as clínicas oncológicas. Nosso Núcleo de Oncologia da Bahia será "exorcizado" já em agosto, soubemos. Todos nós a querer tomar alguma providência. Ofereço a pauta. Acredito no jornalismo.

Se a rede pública hoje não dá vencimento, imagine com o descredenciamento da rede particular.

Há cerca de um mês perdemos uma querida colega cujo tratamento não era feito no Núcleo e sim na saúde pública. Nós acompanhamos de perto suas idas e vindas submetida ao sus. Nós a vimos, já muito fraca, em cadeira de rodas, esperar um dia inteiro pela quimioterapia para, ao fim do dia ser informada: - não tem medicamento (!). Quando era para ser operada (e terminou não sendo) assistimos o "desinternamento" porque médicos(?) buracracia do hospital(?) haviam esquecido de reservar a necessária uti para o pós-operatório. Myriam, do Grupo, trouxe todos os exames e, sem obrigação alguma Dra.Clarissa chegou a receber nossa colega e orientar a família.

O todo poderoso SUS descredenciará hospitais e clínicas oncológicas. Até parece que o SUS tem competência para, somente dentro de sua rede, dar assistência aos pacientes de câncer.

* Grupo Bem Viver: grupo de troca de experiências formado por portadores e ex-portadores de câncer criado pelo Núcleo de Oncologia da Bahia.

 

domingo, maio 17

CALL ME BABY!

Quando eu era criança, me diziam que o presidente dos EUA tinha um tal de um telefone vermelho e que, na hora que ele quisesse, bastava fazer uma ligação e o mundo se acabaria numa gigantesca explosão atômica.

Eu me cagava de medo. Do mundo, dos Estados Unidos, do seu presidente e, principalmente do famigerado telefone vermelho.

Coisa mais brega! Só faltava ser fúcsia.

Nunca quis ser presidente de nada, mas, hoje, se isso fosse condição para ter acesso ao vermelhão, eu até mudaria de cor (não a do telefone, a minha, como fez Michael Jackson, só que ao contrário) para me candidatar à presidência americana e o meu primeiro ato seria fazer a ligação final no tomatinho maduro.

Hello!... BUMMM!!!

Não queria nem saber o quanto e o que iria custar. Se a ligação é DDD, DDI ou mesmo DDE (Discagem Direta Espacial). Queria mesmo era detonar a porra toda e não deixar pedra sobre pedra, nem nuvem sobre nuvem (só a nuvem atômica, o cogumelão – será que ainda se usa?...).

Com certeza, não seria uma grande perda, até ao contrário.
Imagine que, numa cajadada só, não existiriam mais os políticos, os cretinos, os imbecis, os estúpidos, os intolerantes, os preconceituosos, os arrivistas, os gananciosos, os egocêntricos, os aproveitadores, os violentos, os covardes, os pobres de espírito, os escrotos, os feladasputas, os bostas n'água.
Até aqui, nenhuma perda contabilizada. E depois, (coisa que não acredito) se nesse "bolo" tivesse alguém que valesse um tostão furado seria perfeito, porque iria direto para o ceu, sem escalas, e mais rápido que de foguete.

É por isso que, hoje, estou clamando aos quatro ventos: "Meu reino por um telefone vermelho!"

 

quarta-feira, maio 13

A FONTE SECOU*

"Beleza, moça,
é algo que some,
nunca se garanta
nesse rosto de louça,
nesse corpo de Barbie
(já ouviu falar em gravidade?)
Beleza, moça,
é barco que parte,
nem tente atracar a sua
num cais de botox,
fica esquisito, fia,
aquele riso de plástico,
aquela face vazia.
Beleza, moça,
só no retrato se eterniza,
guardada em álbum de fotos
ou num semblante de filha."

Chupei daqui ó, da Madame K: http://mmeka.wordpress.com/

* O tíulo é meu

terça-feira, maio 12

QUARENTENA

Nesses tempos de gripe suína, uma boa idéia seria isolar a Míriam Leitão.

segunda-feira, maio 11

VIDA APÓS A VIDA*

(Coincidência: ainda ontem me perguntava por onde andaria Bemvindo Sequeira)

Sempre pensei que ia morrer cedo. A luta armada, a
clandestinidade, aventuras, promiscuidade, orgias, riscos... Tudo me levava
a crer que não chegaria aos 30 anos. Para quem tem 20 anos, quem tem 30
já é coroa. Tomei um susto quando vi-me vivo e saudável aos 30. Aos 40
percebi a possibilidade real da morte. No dia do meu aniversário
quarentão, um jovem ator de 24 anos perguntou como eu me sentia: "Agora?
De frente para a morte." Para minha surpresa foi o jovem quem morreu logo
depois.
Aos 50 apaixonei-me pela letra de Aldir Blanc na voz de
Paulinho da Viola: "Aos 50 anos, insisto na juventude...", isso
enquanto percebia meu ângulo peniano caminhando para os 90 graus. Mas,
antes dos 60, a pílula azul alargou minhas possibilidades e
possibilitou-me ver o sexo por ângulos mais estreitos.
Agora estou além dos 60. Ao s 40 rezava pela alma dos mortos
amigos e parentes. Nome por nome eu pedia ao Senhor. Hoje, são tantos os
que caíram, que apenas peço "pelos mortos em geral". E mais uma vez
espanto-me por estar ainda vivo, e consolo-me no Salmo 91.7, que diz:
"Mil cairão ao teu lado e dez mil à sua direita, mas você não será
atingido." Mesmo confiando na Palavra, ainda assim caminho embaixo de
marquises pra São Pedro não me ver.
Ainda estou vivo, e pra quem pensou que morreria aos 30
descubro que existe vida após a vida. Mas o preço do viver é muito alto
para o jovem de hoje: tem que comprar apartamento, arranjar um trampo,
ganhar dinheiro, ficar famoso, comer todas, bombar no iutube, malhar,
casar, ter filhos, comprar carro, estar bronzeado, conhecer tudo de web e
ainda ir ao show da Madonna, entre outras miudezas.
Após os 60 você já está quite com tudo isso e pensa que
vai viver em paz. Qual o quê: tem que tomar insulina, antidepressivos,
rivotris, controlar a pressão, não comer açúcar, não comer sal, não
fumar, não beber, se conseguir comer uma e outra já é uma vitória, tem
que caminhar ao menos meia hora por dia, cuidar do joanete, dormir cedo,
vender o apartamento, fugir da bolsa, não discutir no trânsito, não se
alterar no caixa do supermercado, tolerar os filhos, agradar os netos,
ficar calado diante da mediocridade, aceitar o salário de aposentado, ter
o testamento em dia e curtir todas as dores ósseas, nervosas e musculares
porque se algum dia você acordar sem dor é porque está morto.
Claro que o idoso tem suas vantagens: uma delas é a
transparência. Quanto mais velho, mais transparente você se torna. Chega
a ficar invisível: ninguém mais lhe percebe, mais um pouco e nem lhe
enxergam. Mas pode passar à frente dos jovens nas filas todas, com aquele
ar de superior: "Você é jove m e sarado, mas eu tenho prioridade." E
ante qualquer aborrecimento ou dificuldade você ameaça infartar ou ter um
AVC. Funciona sempre, todos logo se tornam gentis e cordatos, e é garantia
de muitas meias e lenços como presentes no Natal.
Lidando com a minha "terceira idade" ouço de meu
psicanalista, o bom Luiz Alfredo: "Só há dois caminhos: envelhecer...
ou o outro, muito pior." Prefiro envelhecer, aceitando cada minúsculo
"sim" que a vida me dá com uma grande alegria e uma grande vitória.
Hoje, quando encontro vaga num elevador de shopping, quando o banco está
vazio, ou quando encontro promoção na farmácia, já considero uma
bênção gigantesca e agradeço a Deus pela graça alcançada.
Após os 60, como no filme de Brad Pitt, regrido na
existência, deixo Paulinho e a viola de lado e reencontro Lupiscinio:
"Esses moços, pobres moços, ah, se soubessem o que eu sei." Mas se
soubessem não ia adiantar nada: porque a sabedoria é filha do tempo. Como
diz o amigo Percinotto, também idoso: "O diabo é sábio porque é
velho."
Pelo andar da carruagem, percebo que já morri muitas vezes
nesta vida, e que viverei até fartar-me.

* Bemvindo Sequeira é autor, ator e diretor de teatro e TV

 

quinta-feira, maio 7

YES! WE HAVE GRIPE SUÍNA

Acabo de ouvir Fátima Bernardes na chamada para o JN: "Confirmado o primeiro caso da gripe suína no Brasil."

Yesssssssssss!!!

Para júbilo e gáudio da nossa valorosa imprensa, finalmente, conseguimos.

Agora, é torcer para que seja um desmantelo e vender muito jornal e arrebentar os índices de audiência.

 

RESSUSCITA-ME

Caetano Veloso - sobre poema de Vladimir Maiakovski

Talvez, quem sabe, um dia
por uma alameda do zoológico
ela também chegará
ela que também amava os animais
entrará sorridente assim como está
na foto sobre a mesa
ela é tão bonita
ela é tão bonita que na certa eles a ressuscitarão
o século trinta vencerá
o coração destroçado já
pelas mesquinharias
agora vamos alcançar tudo o que não podemos amar na vida
com o estrelar das noites inumeráveis
ressuscita-me
ainda que mais não seja
porque sou poeta
e ansiava o futuro
ressuscita-me
lutando contra as misérias do quotidiano
ressuscita-me por isso
ressuscita-me
quero acabar de viver o que me cabe
minha vida para que não mais existam amores servis
ressuscita-me
para que a partir de hoje a partir de hoje
a família se transforme e o pai seja pelo menos o Universo
e a mãe seja no mínimo a Terra
a Terra
a Terra

 

domingo, maio 3

O que o linfoma de Dilma tem que os outros, não tem?

Diogo Mainardi

Fonte: Revista Veja - *O texto original tem o título "MAIS E MENOS INTEIROS"

MabThera. É a marca do remédio usado no tratamento de linfomas iguais ao da ministra Dilma Rousseff - os linfomas de células B. Associado à quimioterapia, ele aumenta a possibilidade de cura dos pacientes em cerca de 20%. Dilma Rousseff fez bem em procurar um hospital particular.
Seus hematologistas e seus oncologistas podem receitar-lhe o MabThera, como acontece nos Estados Unidos e na Europa. Os mais de 10 000 pacientes com linfomas que todos os anos recorrem aos hospitais públicos brasileiros, por outro lado, não podem contar com o remédio. Porque ele é caro demais para o SUS: um frasco custa 8.000 reais. O que aumenta mesmo, nesses casos, é só a possibilidade de morrer.
No sábado 25, ao lado de seus médicos, Dilma Rousseff falou abertamente sobre seu estado de saúde. Depois de informar que retirara um linfoma e que passaria por um tratamento de quimioterapia, ela declarou o seguinte, com aquela sua gramática um tanto peculiar:
"Nós, brasi leiros, temos o hábito de sermos capazes de enfrentar obstáculos e sairmos inteiros do lado de lá".
Alguns brasileiros enfrentam obstáculos menores do que os outros. E alguns brasileiros possuem mais chance de sair inteiros do lado de lá.
Os médicos de Dilma Rousseff sabem disso: um brasileiro com linfoma que toma MabThera tem mais chance de sair inteiro do lado de lá do que um brasileiro com linfoma que é atendido pelo SUS e não toma MabThera. Há brasileiros mais inteiros e brasileiros menos inteiros.
Em seu primeiro comentário público sobre o assunto, Lula garantiu que Dilma Rousseff "não tem mais nada". De certa maneira, ele está certo. Os dados do Ministério da Saúde sobre a incidência de câncer no país nem relacionam o linfoma. Para o governo, trata-se de uma categoria indiscriminada. É como se, oficialmente, o linfoma nem existisse. Para fazer qualquer planejamento, as autoridades sanitárias brasileiras se baseiam nos dados dos Es tados Unidos.
Há muitos anos, os médicos da rede pública tentam inutilmente incluir o rituximabe - o nome genérico do MabThera - no tratamento dos linfomas. Mas o medicamento só costuma ser obtido na marra, por meios legais, quando um doente processa o Ministério da Saúde.
O maior obstáculo que os brasileiros enfrentam, para citar Dilma Rousseff, é o governo.
Lula e o PT imediatamente levaram o linfoma de Dilma Rousseff ao palanque, usando o apelo emocional para tentar impulsionar sua candidatura a presidente.
Em vez disso, teria sido mais decoroso levar o linfoma aos hospitais públicos, estendendo aos pacientes mais pobres o acesso ao MabThera. Quem sabe alguns deles conseguissem sair inteiros do lado de lá.

http://mail.uol.com.br/#selectedfolder=INBOX&uid=MzIyMTg

 

CAJU EM FLOR

 (Na voz de Nana Caimmy)

(João Donato E Ronaldo Bastos)

Nem você sabe a sorte que me dá
A você, de amor, eu lhe chamar
Ser seu bem sob o céu de Oxalá
Meu anjo bom, meu manacá

Em Belém, onde tudo aconteceu
Eu senti no momento em que bateu
Encontrei esse amor que vem de lá
Caju em flor
Meu bem vem cá

Nem parei pra pensar se dava pé
Me deixei arrastar pela maré
Naveguei ao sabor do Rio-Mar
Esse amor que eu guardei
Foi presente de Yemanjá