quarta-feira, novembro 26

ELA É FERA E HOJE É O NIVER DELA

Então, é hoje, né?

Se eu fosse Caetano, poderia lançar algo do tipo "eu vou fazer, uma canção pra eeeeela..."

Se Djavan, tentaria algo como "... Até o mar que é a vida do pescador, esse mar eu te dou..."

Se fosse Gil de Flora, lançaria, cheio de charme: "...você, Bardot, belo anúncio de shampoo..."

Ah!... se eu fosse Milton, sairia com essa: "...bela, bela, mais que bela... mas como era o nome dela?..."

E se eu fosse Tom?... Já pensou?... "... Quero que você me dê a mão vamos sair por aí..."

Em sendo Vinícius, "... Eu sei e você sabe que a distância não existe..."

E Caymmi?... "É dengo, é dengo, é dengo, meu bem... é dengo que nega tem..."

Mas queria mesmo era ser Chico, o Buarque, para lhe dizer, junto com Edu:

 
Olha
Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Olha
Será que ela é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Sim, me leva pra sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Aí, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz
Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se o arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida
segunda-feira, novembro 24

É RELATIVO

A gente pensa sempre que as ciências exatas, justo por serem exatas, não deixem dúvidas, né não?

Ignorante que só, nas tais das exatas, dotado de um cérebro totalmente incompetente para dar conta de entender um eV ou seus múltiplos keV (1000 eV), MeV (1000 keV), GeV (1000 MeV) ou TeV (1000 GeV), orgulhava-me de conhecer a mais famosa das teorias da física: E = mc² (energia, "E", é igual à massa, "m", multiplicada pelo quadrado da velocidade da luz, "c²"). O que vem a ser isso, é outra questão a se discutir. Preferencialmente, na minha ausência.

Pois então... Vi ontem no jornal uma nota com o seguinte título: Ciência confirma a fórmula E = mc². E não já estava confirmada, não?

Rapaz... que baque, viu?... Eu por aí, a proclamar que, como disse Einstein, "tudo é relativo" (e ele disse isso?), constato agora que ainda havia controvérsias.

Ó pai, ó!

Mas, pensando bem, talvez isso só venha a corroborar com a frase que não sei se o cara do linguão disse ou não disse: "tudo é relativo". Então, por que cargas d'água a teoria da Relatividade não o seria?

É RELATIVO 1

Exatas, diz-se das ciências que são do tipo "pau, pau... pedra, pedra" e que, provavelmente por isso mesmo, nunca me atraíram.

Nada É. Tudo É. Tudo é tudo. Nada é nada.

Daí, a minha atração pela filosofia, pelas infinitas possibilidades do ser e do não ser, já que tudo é e, ao mesmo tempo, não é... sendo.

Maluquice?... Pois bem...

A filosofia tem por mérito a proposta da não conclusividade, da constante busca, do permanente questionamento.

As exatas, não. Essas dizem, determinam, comprovam por A mais B, noves fora nada. Conhecem a verdade dos fenômenos de maneira exata e inequívoca. Transformam o pensamento em fórmulas e, assim, considerando que X está para Y, como B está para X, depreende-se que Y é igual a B. E tenho o dito.

Não à toa, o conflito entre a razão e o espírito tem sido fértil material para profundas discussões, nas mais diversas abordagens filosóficas.

Santo Agostinho, provavelmente em razão do seu histórico de vida que foi de uma boêmia da pesada a uma fé inexpugnável, parece ter sido o primeiro dentre os grandes pensadores a propor a coexistência pacífica dessas duas atávicas dimensões do humano: a fé e a razão.

"Essas duas dimensões, fé e razão, não devem ser separadas nem contrapostas, mas, sobretudo, devem caminhar sempre juntas... são as duas forças que nos levam a conhecer."

É RELATIVO 2

Hoje, e já a partir dos movimentos da contracultura das décadas de 60 e 70, percebe-se uma ainda tímida tendência de convergência para esse pensar.

A física quântica, apesar de anterior a esse período (a constante de Planck já é centenária), passa a despertar um maior interesse na descrição de objetos microscópicos, como os átomos, e sua interação com a radiação, posicionando-se como a força transgressora que questiona as barreiras existentes entre razão e espírito, propondo uma nova ótica, um novo olhar sobre os fenômenos naturais. E tudo isto, de forma científica, a partir dos conceitos de partículas e ondas.

Curioso é que a física quântica parece reiterar o pensamento de Agostinho: "Crer para compreender e compreender para crer".

De minha parte, confesso que tenho sérias dificuldades em compreender as teorias da física quântica, mas, sinto-me fortemente atraído pelo aspecto filosófico desta ciência. Nela, assim como na filosofia, é possível que tudo seja e, ao mesmo tempo, não seja... sendo.

 

"Porventura deixará de existir a verdade, por não ser uma realidade difusa pelos espaços finitos e infinitos?"

Santo Agostinho

sábado, novembro 22

NÃO ERA PARA SER ASSIM

O poeta e ex-guerrilheiro capixaba Antonio Carlos Campos constatou que o final da vida, para o ser humano, é marcado por hospital, cirurgia, dieta, dores de todo o tipo, aposentadoria do INSS, desemprego, asilo, abandono da família e, claro, a morte. Concluiu: "O final foi mal bolado".

22/11/2008 | 00:00

http://www.claudiohumberto.com.br/

TESTEMUNHA OCULAR

Avós fazem parte de uma espécie um tanto quanto abobalhada. Não sei bem porque, mas, todos que conheço ficam um pouco retardados com os netos.

Por esta razão, estava me segurando, tentando não ser por demais exagerado. Tudo bem, o "crumim" é bunitim que só. Uma carinha de joelho lindinha mês. Mas isso deve ser corujice de avô babão.

Ontem à noite, entretanto, recebi um telefonema da divina Tássia que acabara de visitá-lo no hospital e que estava completamente apaixonada pelo bacurizim, desbundada mesmo (como se usou dizer há algum tempo atrás).

Viram aí, que não é somente corujice de avô?...

Tá bom que Tassinha também é suspeita, porque é tia de coração, mas que o garoto é show, isso é, sim.

E já veio pra casa. Já se encontra no Condado de Itapuã. Inclusive, adorou os saculejos do carro caindo nos buracos das ruas do bairro. Daqui a pouco vamos lá em Cira, "bater um acarajé compreto".

sexta-feira, novembro 21

TEMPO DE NASCER

Um navegante feliz chega ao porto. Mares serenos, manhãs de sol, música no coração entre promessas de luz. Chega e faz com que o mundo seja ainda mais meu, fazendo-me sentir mais eu nesse mundo. Porque existe e é parte de mim. Do meu caminhar, do meu caminho. Por ser vida e luz da minha vida. Por ser meu, do meu amor e do amor e de meus amores.

Bem vindo!

quarta-feira, novembro 19

ARREPENDEI-VOS E CREDE

Existe um grande perigo quando um veículo de comunicação ultrapassa o limite do seu compromisso com a verdade, assumindo o papel de seu legítimo e único proprietário (dela, a verdade).

Esse parece ser, cada vez mais, o tipo de jornalismo praticado pela Revista VEJA.

Virulenta, pretensiosa, desrespeitosa, tendenciosa, a linha editorial no estilo "nós somos o caminho, a verdade e a vida", utiliza-se claramente do perigoso poder da imprensa para exercitar esse seu pendor para a catequese ideológica.

Nesse processo, debocha-se do trabalho de artistas como Milton Nascimento, por exemplo. Ridiculariza-se a atuação da resistência à ditadura militar no Brasil, tratando como verdadeiros "garotos Paissandu" homens e mulheres que, certos ou errados, deram a sua vida por um ideal de liberdade e arvora-se, do alto de uma suposta autoridade, no direito de determinar o que é certo e o que é errado, o que é bom e o que é ruim, o que é virtude e o que é vício. Quase uma Bíblia.

E tudo isso sem o aprofundamento jornalístico necessário a uma abordagem séria sobre qualquer assunto e, pior, dispensando cada vez mais opiniões e pareceres de especialistas nesses temas.

No seu último número, que trata da questão da dependência química, a revista faz afirmações tais como:

"VEJA continua, assim, a cumprir seu papel de conscientizar os leitores do poder maligno dessas substâncias ilícitas que cancelam existências, arranham biografias, degradam as cidades e comprometem o futuro de países inteiros. Essa é a verdadeira visão politicamente correta."

Ipsi literi, sem tirar nem por.

Conscientizar os leitores???... Será esse o papel de um veículo de comunicação?... Ao invés do papel de conscientizar, não seria, em se tratando de um jornalismo sério, o papel de informar com isenção?

Conscientizar... do poder maligno dessas substâncias ilícitas???... E as substâncias lícitas, como o álcool, a nicotina, as drogas vendidas em qualquer farmácia, a VEJA não vai conscientizar os leitores? Ou será que essas não têm o tal do "poder maligno"?

Xô, Satanás!

O que se está fazendo é jornalismo ou pregação religiosa?

Aliás, essa pretensão de conscientizar é e será sempre muito perigosa por pressupor a exclusividade na detenção da verdade. E, quanto a isso, a revista não deixa margem de dúvida, ao afirmar: "Essa é a verdadeira visão politicamente correta."

Entenderam?... A VEJA disse, a VEJA sabe.

Vejamos outro trecho, esse da Carta ao Leitor:

"Elas (as drogas ilícitas) matam 200.000 pessoas por ano. Só no Brasil, há 870.000 usuários. No âmbito privado, a dependência química acaba com relacionamentos e inviabiliza o trabalho. É uma doença. Ponto."

Entenderam agora? A VEJA falou e... Ponto.

Preocupa, sobremaneira, o fato de um veículo de grande penetração deixar-se seduzir pelo ilusório brilho do chamado quarto poder, esquecendo-se da sua verdadeira função (repito, a de informar com isenção) e assumindo o direito de propriedade exclusiva da verdade.

As conseqüências nefastas de tal postura, pode-se imaginar.

Na mesma edição, na seção Leitor, podemos ter uma pequena mostra dos estragos que esse tipo de jornalismo megalomaníaco pode causar:

"VEJA errou ao dar um Desce para o Colégio Visconde de Porto Seguro (seção Panorama, edição 2 086, 12 de novembro) sob a justificativa de que "a escola paulistana obrigará os alunos a assinar um panfleto de propaganda petista". As informações de que a revista dispunha sobre o assunto não eram sólidas o bastante para fazer tal afirmação. VEJA se desculpa com a direção, professores, alunos e pais de alunos pelo julgamento curto e drástico passado sobre as escolhas didáticas de uma instituição com 130 anos de tradição do melhor ensino em São Paulo. A questão da doutrinação a que estão sendo submetidos os alunos de tantas e boas escolas brasileiras é bem mais séria e não pode ser objeto de uma nota breve. Esse fenômeno exige análise profunda e continuada da imprensa e deveria também atrair a atenção de pais de alunos e educadores."

A revista pede desculpas, é bem verdade. E até coloca o escudo do colégio ao lado da nota. Agiria assim com qualquer empresa levianamente por ela atingida ou esse colégio tem algo de mais especial? Não sei...

Porém, o mais importante é o aviso contido na nota de desculpas:

"A questão da doutrinação (referindo-se ao que chama de propaganda petista) a que estão sendo submetidos os alunos de tantas e boas escolas brasileiras é bem mais séria e não pode ser objeto de uma nota breve."

Portanto, vê-se que os paladinos da verdade e da justiça, como bons escoteiros que são, permanecerão sempre alertas.

Portanto, irmãos, arrependei-vos e crede na VEJA.

domingo, novembro 16

GRANDE JOÃO RUBINATO*

Era um período entre o final da década de 50 e o início da década de 60.
Ainda não havia televisão em Salvador e o rádio era o grande meio de comunicação e entretenimento. A famosa "Era do Rádio".
O advento do long-playing permitiu que as ondas do rádio transmitissem, além do samba, muita rumba, bolero, samba-canção e marchinha de carnaval.
As vozes de Francisco Alves, Mario Reis,Orlando Silva, Ângela Maria, Cauby Peixoto, Dalva de Oliveira, Emilinha Borba, Aracy de Almeida, Carmem Miranda, Elizeth Cardoso, Dick Farney, Dircinha e Linda Batista, Doris Monteiro, Nelson Gonçalves e muitos outros, interpretavam composições de Antonio Maria, Lupiscínio Rodrigues, Dorival Caimmy, Adelino Moreira, Herivelto Martins, Ataulfo Alves, Noel Rosa, David Nasser. A trilha sonora ia dos trágicos como Vingança, de Lupiscínio Rodrigues, aos desesperados como Ninguém me Ama, de Antonio Maria, passando pelo descompromisso de Sassaricando e pela sensualidade de Mulata Assanhada.
Eu, criança, e o rádio lá de casa sempre ligados. Ambos. Gostava de algumas músicas, principalmente das mais animadas, como General da Banda, por exemplo, e daquelas mais sensivonas, como Luar do Sertão.
Porém, de verdade verdadeira, a música ainda não me tocava (sem trocadilho). Aqueles dramas de amores incompreendidos, de traições e desprezos não me diziam muita coisa. Gostava de música, sim. Gostava que o rádio estivesse sempre ligado e achava que a casa ficava meio tristonha quando ele se calava. Mas era como se o rádio fizesse parte da paisagem e as músicas fossem a trilha sonora dessa paisagem, tipo fundo musical.

Um dia, entretanto, escutei uma voz roufenha, quase desagradável, cantando em português errado uma coisa assim:
"Se o senhor não tá lembrado / Dá licença deu contar / Que aqui onde agora está esse adíficio arto, era uma casa véia, um palacete assobradado / Foi aqui seu moço que eu Mato Grosso e o Joca, construimos nossa maloca..."

Pirei. Quem é esse cara? Ninguém em casa sabia o nome dele, e eu na maior curiosidade. Sabe aquela história meio xarope de Caetano com Gil, quando Dona Canô chamava:"Caetano vem ver o preto que você gosta?"... Pois Dona Mariinha me chamava onde eu estivesse: "Ari, venha ouvir aquela música que você gosta". E eu ia. Sentava numa cadeira de balanço que ficava em frente ao rádio e me deliciava com a música do cara que eu ainda não sabia o nome, mas já sabia a letra toda de cor e salteado:
"E hoje nois pega paia, nas grama do jardim / E pra esquecer nós cantemos assim: Saudosa maloca, maloca querida, / din din donde nos passemos os mais feliz de nossas vidas
Saudosa maloca, maloca querida, din din donde nos passemos os mais feliz de nossas vidas."

"din din donde", então, eu achava demais!
Cara maluco, esse aí. Só descobri o nome dele com uma outra música também sensacional, que falava assim:
...E hoje ela vive lá no céu / E ela vive / Bem juntinho de Nosso Senhor / De lembranças / Guardo somente suas meias / E seus sapatos / Iracema eu perdi o seu retrato".
É Adoniran Barbosa. Nome esquisito, Adoniran... Nome de maluco.
A noiva do cara morre atropelada e ele perde o retrato da coitada, ficando somente
com as meias e os sapatos. Vinha-me à mente a imagem do quarto dele semelhante à sala dos ex-votos da Igreja do Bonfim.
Cara doido, esse tal de Adoniran. E, no final, ainda declamava:
"Iracema, faltava vinte dias para o nosso casamento/ Você atravessou a São João
Veio um carro e te pincha no chão
Você foi pra assistência, Iracema
O chofer não teve culpa Iracema.
Paciência, paciência."
E isso dito pra noivinha morta atropelada: "Paciência, paciência". Demais!
Passado algum tempo, Adoniran já não tocava mais nas rádios.
Surgiu o fenômeno das FM's e a música americana tomou conta da programação.
Adoniran Barbosa foi, para mim, um bálsamo em meio àquela dramalheira careta dos
sambas-canção e dos bolerões daquela época.
Um sábio curtidor: "pra escrever uma boa letra de samba, a gente tem que ser,
em primeiro lugar, anarfabeto".
Soube ser gauche na vida.
Meu primeiro ídolo.

* Nome de batismo de Adoniran Barbosa


ADONIRAN BARBOSA

"Dostoievski dizia que a melhor maneira de ser universal é narrar bem a sua aldeia. E ninguém melhor que Adoniran narrou a aldeia paulista".

Maestro Julio Medaglia

Adoniran Barbosa é o nome de um dos inúmeros personagens criados pelo ator João Rubinato e que terminou por virar seu nome artístico. Nasceu em 06 de agosto de 1910, em Valinhos, SP e foi para a capital tentar a carreira de ator. Durante dez anos, de 1941 a 1951 sobreviveu desse talento ímpar de criar personagens e situações com base no dia-a-dia de dureza e batalha de um zé-ninguém numa grande metrópole. Tudo com muito bom humor e um sarcasmo sensacional.

Descendente de italianos, aportou no Bexiga, passando a se virar em diversas atividades, inclusive como lambe-lambe, passando pelo circo até firmar-se como rádio ator de sucesso, apresentando programas na poderosa Rádio Nacional,nos quais encarnava 16 personagens. A seguir, trabalhou em televisão e cinema, tendo atuado no internacionalmente premiado O Cangaceiro, de Lima Barreto, Melhor Filme em Cannes/1953.

"A marca especial era aquele humor amargo, doído - o típico seria-trágico-se-não-fosse-cômico - encarnado em anti-heróis devorados pela cidade amada que crescia. Atropelados, despejados, arrastados por temporais, tentando reencontrar num canto de concreto a poesia perdida em alguma volta da vida."

http://www.samba-choro.com.br/artistas/adoniranbarbosa

"Venha ver,/ Venha ver, Eugênia:/ Como ficou bonito/ o Viaduto Santa Efigênia!. O humor que sabia tirar partido da desgraça. Porque lá no morro,/ quando a luz da Light pifa,/ a gente acende uma vela/ que alumia também/ se não tem/ não faz mar/ a gente samba no escuro/ que é muito mais legar. Afinal, o morro não quer protestar contra o progressio, quer é fazer parte dele. O problema é que o danado fica lá embaixo. Progréssio,/ Progréssio,/ eu sempre escuitei falar."

Adoniran Barbosa morreu em 1982.

"Eu gosto dos meninos desse tal de iê-iê-iê,/ porque com eles canta a voz do povo./ E eu,/ que já fui uma brasa,/ se assoprarem posso acender de novo."

quinta-feira, novembro 13

FOTOGRAFIA NO PALACETE DAS ARTES

PROJETO MODOS DE VER

FOTOGRAFIA

O quê: Modos de Ver / 2ª Edição, com a repórter fotográfica Margarida Neide.

Onde: Palacete das Artes Rodin Bahia. Rua da Graça, n° 284, Graça. Tel: (71) 3117.6986.

Quando: 14, 15 e 16 de novembro.

Dia 14, de 19h às 21h (Palacete das Artes), dia 15, de 14 às 18h (Saída fotográfica/Centro Histórico) e dia 16, de 10h às 13h (Análise do material produzido/Palacete das Artes).

Como:

1. Palestra

Dia 14.11/sexta-feira (das 09h00 às 21h00) - O artista convidado exibe seu trabalho e fala do seu processo de criação.

Quanto: Grátis

2. Atividades Práticas

Dia 15.11/sábado (das 14h00 às 18h00) – Saída fotográfica para o Centro Histórico

Dia 16.11/domingo (das 10h00 às 13h00) - Análise do material produzido

Quanto: R$ 90.

Inscrições: As inscrições podem ser feitas na Casa da Photographia, de segunda a sexta, de 9h às 17h e aos sábados de 9h às 12h. Rua Padre Feijó, nº 442, Canela. Tel: (71) 3332.0255.

40 vagas Carga horária: 9 horas.

Será disponibilizado certificado de participação.

Realização:

Casa da Photographia

Rua Padre Feijó, nº 442, Canela

Tel: (71) 3332.0255

Parcerias:

Palacete das Artes Rodin Bahia

Instituto Sacatar

Fundação Cultural – FUNCEB


segunda-feira, novembro 10

FILOSOFANDO NO PALACETE

Nos dias 12 e 19.11, o projeto Filosofando no Palacete abordará temas relacionados à questão da consciência negra, cuja data nacional acontece em 20 de novembro.

 

12.11 (Quarta-feira) – 19h00

A CONSCIÊNCIA NEGRA EM DOIS TEMPOS:

O Que É Subjugação?

Prof. Israel Alexandria

 

19.11 (Quarta-feira) – 19h00

A Consciência Negra em Dois Tempos:

O Que é Consciência?

Prof. Luciano Costa Santos

 

Palacete das Artes – Rodin Bahia: Rua da Graça, 284 - Graça

sábado, novembro 8

AINDA "OBAMBA"

Confesso que pode ser culpa do meu anti-americanismo, da minha babaquice, da minha ignorância, sei lá. Mas, afora o fato altamente positivo de um negro ser eleito presidente dos Estados Unidos, não vejo razão pra tanto oba-oba.

Negro, branco ou amarelo o "Obamba" faz parte dessa espécie que domina o planeta terra, os humanos. E, mais: humano e político. E, mais ainda: humano, político e americano. Ou seja, pra feladaputa falta um nadica de nada.

Ok!, Ok!... Já falei que pode ser meu anti-americanismo babaca o responsável por essa minha expressão de pasmo diante de tanta algazarra, tanto rebuliço, tanta comoção.

Torci pelo cara e, sem dúvida, votaria nele, nas condições apresentadas. Mas daí a te-lo como panacéia contra todos os males, tenhamos paciência. Parece-me um tanto quanto despropositado.

Sei não. As minhas barbas, prefiro deixá-las de molho.

Fato é que eu não gostaria de estar na pele (sem nenhum preconceito) do cara. Esse nível absurdo de expectativas é uma onda barril pra se segurar e parece que ele não ultrapassou as marolas do jacaré, né?

Para a população negra de todo o mundo, uma conquista sem precedentes. Só espero que isso não venha a fortalecer o preconceito de afrodescendentes em relação aos brancos. Até porque, o eleitorado negro americano representa apenas algo em torno de 12% da população. Portanto, a eleição de Barack Obama ultrapassa as picuinhas raciais, sejam elas de que cor ou etnia forem.

No mais, que venha uma nova ordem.

quinta-feira, novembro 6

NUVEM NEGRA

Djavan

(Gal Costa em O Sorriso do Gato de Alice)

Não adianta
Me ver sorrir
Espelho meu
Meu riso é seu
Eu estou ilhada
Hoje não ligo a TV
Nem mesmo pra ver o Jô
Não vou sair
Se ligarem não estou
À manhã que vem
Nem bom-dia eu vou dar
Se chegar alguém
A me pedir um favor
Eu não sei
Tá difícil ser eu
Sem reclamar de tudo
Passa a nuvem negra
Larga o dia
E vê se leva o mal
Que me arrasou
Pra que não faça sofrer
Mais ninguém
Esse amor
Que é raro
E é preciso
Pra nos levantar
Me derrubou
Não sabe parar
De crescer
E doer...

terça-feira, novembro 4

OBAMA NAS ALTURAS

A julgar pelo Brasil, mais precisamente pela Rede Globo, o mundo inteiro regozija-se pelo fantástico desempenho do Barack.

Não duvido nada que, a qualquer momento, entre o Galvão Bueno histérico: "Obaaaaamaaaaaaaaaa... ééééééé do Brasiiiiillll!!!"

E a Míriam Leitoa, com aquela cara de mal usada: "Sensível, o mercado apresenta fortes tendências de recuperação em todo o mundo, exceto no Brasil onde a crise vai chegar e arrebentar."

But, redes globos à parte, o momento mundial se configura bastante especial. A matriz, na sua prepotência, sempre fazendo o que quer e onde bem entende, levou uma porrada seguraça no tenebroso atentado de 11 de setembro.

Aí, o Bucho lá, deu uma de milico ditador brasileiro e bradou: "Eu prendo e arrebento!" Prendeu e arrebentou uns quinto escalão de décima categoria. O Osama que é bom, nada. E, agora, depois do Osama, o Obama e sem vaselina. Crau!

Hoje, conversando com Denis Divina Rivera, falamos no charme do BO (leia-se BÔU / lancei agora, quero a patente), e lembramos do John Kennedy e, com menor élan, do Bill Clinton.

A era Kennedy foi também um período de fortes transições mundiais, como sempre, na contemporaneidade, capitaneadas pelo pessoal da matriz. Carismático, originário de uma família de forte tradição política o JK de lá ainda tinha, de lambuja, o auxílio luxuoso da beleza, elegância e charme da Jackie.

Para quem não sabe, antes de Lady Dy, existiu Jackeline Kennedy, nèe Bouvier e, après, Onassis.

O Clinton também teve lá o seu auxílio luxuoso na pessoa da sua patroa, Dona Hilary, aquela que superou até um boquete no Salão Oval (não vai aí nenhuma insinuação a respeito da amplitude da ação oral da Lewinsky). Moderna, séria, idéias avançadas, Mme. Clinton disputou com BO a indicação dos Democratas. Derrotada, engajou-se na campanha do candidato, apesar de ter sido preterida na vice-presidência.

Pois bem... Presidentes americanos, primeiras damas carismáticas e... pimba: Michelle Obama, (para os íntimos, MO), aquela que já disse que o maridão ronca e tem mau hálito e que mandou ele parar de fumar, no que foi prontamente obedecida.

Com pedigree afro-descendente legítimo (BO tem sangue branco, pelo lado materno), MO parece ser uma mulher inteligente, culta, de gênio forte e sem muitas papas na língua. Ou seja, uma mulher carismática que, muito provavelmente, não se contentará com a vida de glamour de uma Jackie Kennedy, nem muito menos com a discrição de Hilary Clinton (ai, ai se BO for pego com alguma boca em sua botija).

Bonita e gostosa, a futura primeira dama americana ainda vai dar o que falar.

Te cuida, BO!

FILOSOFANDO NO PALACETE

Durante todo o mês de novembro, às quartas-feiras (19h00), no Auditório do Palacete das Artes – Rodin Bahia acontecerão bate-papos filosóficos, regados a música de qualidade.

Nesta quarta-feira (05.11), o músico Tiganá Santana abrirá o evento, que será encerrado pelo canto de Juliana Ribeiro.

 PROGRAMAÇÃO:

 

05.11 – Mito e Filosofia

O Lugar do Símbolo e o Lugar da Razão

Prof. José Lourenço Araújo Leite

 

12.11 – A Consciência Negra em Dois Tempos:

O Que é Subjugação?

Porf. Israel Alexandria

 

19.11 – A Consciência Negra em Dois tempos:

O Que é Consciência?

Prof. Luciano Costa Santos

 

26.11 – Contemporaneidade, Contradição e Absurdo

Prof. José Crisóstomo de Souza

 

Palacete das Artes – Rodin Bahia

Rua da Graça, 284

Tel. (71) 3117-6987

domingo, novembro 2

VAI UMA CORZINHA AÍ?

Maria Sampaio achou bacana. Rosana comentou. Tá ligada no lance. Quer dizer, botaram pilha. Aí, me animei.

Nas aulas de marketing, bê-á-bá mesmo, a gente aprende que grande parte do sucesso dos empreendimentos consiste na visão do inusitado. No "chegar na frente", apresentando um produto ou serviço inédito ou, ao menos, bastante diferenciado.

Na idade em que me encontro, caminhando pra o terceiro "enta", um programa mais ou menos corriqueiro é a ida ao enterro dos pais dos amigos e dos nossos, também.

Lei natural do andar da carruagem.

Rapaz! Não tem coisa menos criativa do que enterro. Tudo bem, hoje já existe, em Salvador, a possibilidade da cremação que eu acho bem mais moderno (apesar de ser muito antigo).

Mas enterro mesmo, daqueles de se pegar na alça do caixão e levar para a "última morada" é muito sem graça, repetitivo. Quem viu um viu todos.

Varia um pouco a lenga-lenga do padre (me ocorreu agora, que nunca fui a enterro de "crente"... será que eles não morrem?...), a reação de familiares e amigos.

Mas essa reação muda somente em relação à classe social do defunto e sua entourage. Nós, da classe média, por exemplo, adotamos um comportamento meio tipo assim americano, saca? Tipo assim, sofrer com elegância. Dar vexame, pití, jamais!!! Nem mortos!

Já nas classes menos privilegiadas, a coisa é mais intensa. Chora-se mais e mais ruidosamente, e não é raro uma manifestação mais calorosa do tipo: "O que será de mim, agora, meu deus?!!!... Não me deixe, fulano(a)!... eu quero ir com você..." E coisas do tipo.

Uma vez, num velório de um motorista do meu antigo trabalho, na hora de colocar a tampa, a esposa se jogou em cima do caixão com tamanha determinação, que o morto foi parar no outro lado da sala, rolando pelo chão. E ela atrás.

Pois bem, voltando à vaca fria, o papo de marketing, visão, nichos de marcado e coisa e tal, andei pensando em iniciar um negócio no ramo de funerais, tipo alternativo, para pessoas ousadas, modernas, vanguardistas até à morte.

Ora, por que é que todo caixão tem que ter aquele aspecto pesado, lúgubre? Por que não se fabricar caixões nas mais diversas cores e matizes? Azul, vermelho, amarelo, cor-de-rosa, verde limão e até mesmo fúcsia?...

Caixões com estampas? Listados, quadriculados, de bolinha?... Caixões artísticos, plotando-se cópias de obras de arte ou, até mesmo, uma obra de arte criada no próprio caixão (esse aí, pro pessoal nível daniel dantas, políticos e celebridades, né?). Caixões sexys, com fotos sensuais da gata ou do gato preferido do decujus (ou decujas). Enfim, um leque de opções a ser explorado nesse nicho de mercado.

Por que não oferecer diferenciais como música? De todo tipo. MPB, clássica, sertaneja, forró, axé, pagode, etc? Um esquete teatral, uma performance?... Um sarau literário?...

Já tenho até sugestão para o nome da empresa: Funerária Arco-Íris. E algumas sugestões de slogan: "Funerária Arco-Íris, porque se a sua viagem não pode ser ao vivo que seja, pelo menos, a cores". Ou, então: "Funerária Arco-Íris, porque uma boa viagem tem que ser colorida".

Já estou pensando até em ir ao SEBRAE. Começar tipo pequenas empresas grandes negócios e depois expandir. Afinal, morre-se a toda hora.

Deu pra perceber o enorme potencial desse mercado ainda inexplorado?

Quando falo desses planos pra Maria, ela não me leva a sério.

Taí uma grande idéia. Procuro sócios. Pessoas de visão e que não sejam daltônicas. Já pensaram a confusão? Dois daltônicos num negocio desse?... Quem é doido?...A madame pede pro caixão do falecido um verde jade evanescente (seja lá o que for isso) e, na hora agá, ta lá o cara, mortinho da silva santos, num vermelho incadescente.

Falência certa. Caixão e vela.


VIVA ZAPATA!


Quando era criança, assisti um filme americano que mostrava um enterro diferente. Era de uma negra, o caixão era azul e o féretro era acompanhado por música. Achei decente.

Mais tarde, quando tomei conhecimento da visão da morte na cultura oriental, achei bastante interessante. Em um dos episódios do filme Sonhos, do genial Kurosawa, tem uma cena de um enterro de dar água na boca.


No ocidente, fortemente na concepção católica, a morte tem uma conotação de castigo, de acerto de contas, de dor, de perda e desespero. É a hora do vamos ver. Aquele momento em que, em tese, você vai ficar sabendo o destino do bilhete de passagem: os flocos de algodão do céu, o chove e não molha do purgatório, ou as chamas do inferno.

Dessa forma, não tem como não se ter medo daquela figura esquálida, vestida de preto e com uma foice na mão, pronta para ceifar, com um golpe certeiro, o nosso bem maior.

O individualismo que permeia a cultura ocidental sinaliza para a busca de uma existência longa e confortável e a morte representa o grande estorvo que vem para cortar o barato. Já na visão oriental, a morte é encarada como uma transformação necessária e indispensável para a evolução do espírito.

Sem dúvida, deve ser bem mais aprazível esse morrer oriental.

Mas, curiosamente, é no ocidente, mais exatamente no México, que encontramos uma das formas mais sui generis de se encarar a morte e a relação dos vivos com os seus mortos, que tem no Dia de Finados a sua data maior.

Herança de antigos povos indígenas que acreditavam que os mortos voltavam anualmente para visitar seus entes queridos, a comemoração do dia 2 de novembro é uma grande e bela festa no México.

Nesse dia, os mexicanos fazem uma verdadeira farra nos cemitérios regada a muita comida, bebida e alegria.

As casas recebem esmerada decoração, geralmente inspirada nos túmulos, com altares onde, além das imagens dos santos (destaque para Nossa Senhora de Guadalupe), são colocados fotos e instrumentos de trabalho e diversão dos parentes mortos. Tudo muito colorido, com predominância da cor amarela. Os amigos e parentes fazem verdadeira romaria de casa em casa, comendo, bebendo e se divertindo.

As igrejas e os cemitérios também são decorados com esses verdadeiros altares naif.

Na culinária, o carro chefe é o "Pão dos Mortos", um pão doce em formato de osso.

"No dia 2, data dedicada à lembrança dos finados, bem de manhã, todos se encaminham aos cemitérios, levando flores e alimentos em clima de alegria e de camaradagem. Não há choro nem sinais de luto, mas somente de festa e alegria. O povo vai ao cemitério para ficar em companhia dos mortos, como se estes estivessem vivos e participassem da comemoração. Sobre os túmulos se reza, come-se, bebe-se e se festeja. A morte não assusta e o cemitério se transforma numa grande praça de alegria com cantos, música e danças."


(http://web.fla.matrix.com.br/jung/revista/morte.htm)


Curioso é que, tradicionalmente, o povo mexicano tem uma característica de sentimentalismo exacerbado. Daí, a expressão "dramalhão mexicano". Entretanto, com relação ao culto aos seus mortos, eles podem até ser exagerados, mas nem um pouco dramáticos.


E viva Zapata!

sábado, novembro 1

DEPOIS EU CONTO



Minha velha mãe costumava me chamar de "boca rota" (ou boquirroto), pois, segundo ela, eu não sabia guardar segredo.

É mais ou menos verdade, sim. Mas não pensem que eu seja um fofoqueiro. De jeito maneira e muito ao contrário.

Talvez, pelo fato de ser um "boca rota", desenvolvi uma técnica infalível quando alguém me conta algum segredo cabeludo. Ouço, comento, se cabíveis os comentários e, ato contínuo, deleto. Sério! Capaz de, se alguém, algum tempo depois, vier me falar sobre o assunto, eu, de fato, não saber, não lembrar mais.

Ademais, no tocante à vida alheia, venho já há algum tempo, me trabalhando para não querer saber de nada que tenha o perfil de fofoca. Confesso que às vezes me mordo de curiosidade, mas tenho conseguido, no mais das vezes, conter socraticamente* essa tendência mesquinha que alcança a maioria de nós, viventes.

Entretanto, a respeito da minha vida, acho que falo demais, fazendo jus ao tal título de "boca rota". Sabe aquela história meio mística de "não fale com ninguém sobre o assunto até ele se concretizar, para não dispersar a energia"?...

Pois então... comigo nem rola. Não seguro a onda. E é aí que entra o meu lado bocão.

E é por isso que não vou contar ainda possíveis novidades, pra não dispersar a energia. Tá ligado?

Viu aí?... falei, mesmo sem falar. É uma espécie de teaser pra aguçar a curiosidade.



*AS TRÊS PENEIRAS

Um rapaz procurou Sócrates e disse-lhe que precisava contar-lhe algo sobre alguém.

Sócrates ergueu os olhos do livro que estava lendo e perguntou:
- O que você vai me contar já passou pelas três peneiras?
- Três peneiras? - indagou o rapaz.
- Sim ! A primeira peneira é a VERDADE. O que você quer me contar dos outros é um fato? Caso tenha ouvido falar, a coisa deve morrer aqui mesmo. Suponhamos que seja verdade. Deve, então, passar pela segunda peneira: a BONDADE. O que você vai contar é uma coisa boa? Ajuda a construir ou destruir o caminho, a fama do próximo? Se o que você quer contar é verdade e é coisa boa, deverá passar ainda pela terceira peneira: a NECESSIDADE. Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade? Pode melhorar o planeta?
Arremata Sócrates:
- Se passou pelas três peneiras, conte !!! Tanto eu, como você e seu irmão iremos nos beneficiar.
Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos, colegas do planeta.