POR GENTILEZA
As palavras por vezes nos encantam. Assim, de repente. Soam diferentes, como se nunca tivessem sido escutadas antes. Parede. Estátua. Balbúrdia. Bunda. E tantas outras. Soam como se isoladas dos seus significados, ganhando uma nova estrutura, uma nova roupagem, uma vida nova. Capadócio. Esculacho. Latrina. Peido. Menina. Coisa.
Assim são as palavras. Voluntariosas, sestrosas.
Mas, ultimamente, uma palavra tem estado constantemente em mim: Gentileza.
Diria mesmo que estou apaixonado por ela. Por sua elegância, seu porte altaneiro, sua simplicidade, seu jeito clean.
Por causa dessa paixão, tenho buscado incessantemente a sua presença e, cada vez mais, constato a sua ausência, a sua condição de espécie em extinção.
Quando criança, fomos educados a ser atenciosos e gentis com as pessoas. Com os mais velhos e com as mulheres, principalmente. E isso era, de fato, praticado. Fazia parte, era natural ser gentil.
Outro dia, num shopping da cidade, encontrei um amigo e caminhamos juntos durante um bom tempo. Observei que ele, por diversas vezes, passava na frente das pessoas, não segurava a porta para que as pessoas passassem... essas coisas. No entanto, trata-se de uma pessoa extremamente atenciosa, educada, culta, enfim, gente boa.
3 Comentários:
NOTA MIL. Sejamos gentis.
E anda tão escassa que a gente até estranha! Mas adoro gentilezas!!!!
talvez falta de gentileza sinaliza falta de importância com o outro, com aquele que está ao lado.
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial