REBOLEICHON
Então... acometeu-me certa falta do que dizer, uma forte tendência a deixar o dito pelo não dito.
O Haiti foi detonado, Angra dos Reis também, Madonna veio e foi, veio e foi, veio e foi, o filho de Ivete nasceu, Pedro Bial voltou, Beyoncè veio, Arruda escancarou, foi preso. O carnaval chegou, o reboleichon aconteceu, o lobo mau quis comer todo mundo. Tatau e Carla Perez não cantaram. Ivete e Marcio Vitor cantaram. Enfim... tantos fatos importantes e nenhum foi suficiente para me inspirar a escrever.
Aí, tô eu aqui, agora, tentando encontrar um tema para discorrer e nada me ocorre, já que tudo concorre para o silêncio.
Caluda! Em boca fechada não entra mosquito e eu não quero saber de porra de fuxico com o meu nome.
Mas, hoje é "quinta-feira de cinzas" e o carnaval que eu não brinquei me causou sérios estragos via TV.
O estrelato baiano, essa plêiade de talentos estelares, aumenta a cada ano, seguido da "invenção" de novos passos, novas danças que, na verdade, de novos não têm nada. A última real novidade da qual me recordo na coreografia axesística foi a do fricote de Luiz Caldas, em 1986.
Ali, sim, era novidade. Horrível, é bem verdade, mas novidade. Sacudiam-se os dois dedos indicadores e abaixava-se até o chão, voltando e levando os dois dedinhos para o alto, sobre a cabeça, e chão de novo e assim consecutivamente. Pra quem não estava com um bom preparo físico, era pior que comer tatu: dava uma dor nas costas terrível.
Daí em diante, por imposição marketeira, a cada ano diz-se que existe uma nova dança. Aí, veio a do carrinho de mão, a da boquinha da garrafa, a do jacaré, a do bumbum e lá vai, lá vai lá vai.
Este ano foi a tal da reboleichon, uma dança sem nenhuma novidade, sem nenhuma criatividade, igualzinha a dança do comercial/jingle da rádio Bahia FM, que foi ao ar no ano passado ou retrasado. O grande mérito do fenômeno reboleichon talvez venha a ser a sua inclusão no Guiness Book, não como dança, mas como música de apenas duas palavras: reboleichon e chon-chon: "o reboleichon, o reboleichon chon-chon", sacaram?
No mais, as escolas de samba do Rio e suas mesmices e os blocos baianos, suas estrelas e seus turistas branquelas, além dos veículos de comunicação fazendo uma cobertura idêntica a dos demais carnavais. Salamaleques e confetes entre artistas e "jornalistas".
Ainda bem que vi alguns filmes bacanas, como O Visitante, Bernard & Doris, This is It, O Suspeito, Inimigo Público e outros mais.
Porque, feliz ou infelizmente, nem só de reboleichon vive o homem.
1 Comentários:
Bom te ler de novo, Ari! beijo
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