sexta-feira, agosto 14

E O PALHAÇO O QUE?...

Depois de relutar muito, em função dos altos preços dos ingressos, decidi ir assistir o Cirque du Soleil, um desejo cultivado há muito tempo.

O parecer do genial Batatinha foi determinante para a minha decisão:

 

"Todo mundo vai ao circo

Menos eu, menos eu

Como pagar ingresso

Se eu não tenho nada

Fico de fora escutando a gargalhada

A minha vida é um circo

Sou acrobata na raça

Só não posso é ser palhaço

Porque eu vivo sem graça"

 

Então, por que não?...Afinal, era o equivalente ao preço de uma consulta médica, e muito mais divertido do que tratar de assuntos ligados ao fígado que, por sinal e como diz a sabedoria popular, deve ter sido bastante desopilado, pelo tanto que ri.

Ri dos clowns, sim, muito. Geniais!
Ri muito mais, entretanto, do impagável episódio ocorrido logo na abertura do espetáculo quando o mestre-de-cerimônias, o baiano
Jailton Carneiro de Jesus que saiu do Circo Picolino para a glória internacional do du Soleil dirigiu-se à ala vip da platéia e retornou trazendo nos braços o deputado ACM Neto, entre vaias e aplausos do público.

Pequeno, franzino e – of course - de paletó, o deputado baiano mais parecia um componente do elenco dada a bizarrice da sua figura e o inusitado da cena.

Depois de carregado para a coxia, ACM Neto retornou ao palco usando o figurino do espetáculo, um pano branco enrolado em todo o corpo, até à cabeça, que no deputado ficou a cópia fiel do espermatozóide de Woody Allen em "Tudo O Que Você Sempre Quis Saber Sobre Sexo Mas Tinha Medo de Perguntar". Hilário! 

No mais, a excelência da arte circense em toda a sua magnitude. Um bálsamo para alma e espírito tão tripudiados pelos escabrosos espetáculos do circo dos horrores de Brasília.

Agora, é dar um jeito de faltar à próxima consulta médica para amenizar o baque nas finanças.

Valeu!!!

quinta-feira, agosto 6

SE DEPENDER DE NÓS...

"...Depende de nós
Que o circo esteja armado
Que o palhaço esteja engraçado
Que o riso esteja no ar
Sem que a gente precise sonhar..."

 

("Depende de Nós"- Ivan Lins e Vitor Martins)

 

Pelo visto, o circo estará permanentemente armado e nós, os palhaços, estaremos sempre engraçados, pagando caríssimo para tocar as nossas vidinhas com um mínimo de dignidade, enquanto os abutres, os vermes, os párias, as ratazanas de esgoto se locupletam construindo verdadeiros impérios por este Brasil afora com o dinheiro e os recursos públicos.

E ainda falam em ética. E ainda têm o displante de instituir uma comissão de ética dos ratos.

Disse a ratazana maranhense: "Quem não atende ao pedido de uma neta?..."

Outro dia, li Roberto Pompeu de Toledo argumentando apropriadamente que o presidente do senado lupanar acredita-se ético e digno, vendo-se, de fato, como um "não comum", um imortal da ABL com seus marimbondos em fogo e seu bigodão obsceno.

 

"...É!
A gente não tem cara de panaca
A gente não tem jeito de babaca
A gente não está
Com a bunda exposta na janela
Prá passar a mão nela..."

 

("É" – Gonzaguinha)

 

Ah!... meu caro Gonzaguinha... Temos cara de panaca, sim!... Jeito de babaca, também!...

Se não, como justificar esses mais de 180 milhões de bundas nas janelas recebendo incessantes e imorais apalpadelas e dedadas dessas mãos pútridas que nós, os palhaços, os babacas, os panacas levamos e mantemos diuturnamente no poder?...

Tem jeito, não... Acho que a gente já tomou foi gosto pela coisa.

 

terça-feira, agosto 4

JURO QUE VI

Ao ligar a TV hoje pela manhã, presenciei uma cena inominável, indescritível, inimaginável, se não estivéssemos no Brasil.

Renan Calheiros e Fernando Collor fazendo a defesa veemente do verme maranhense, presidente do bordel nacional.

Mas nem é para causar surpresa. Afinal, os vermes se entendem. Ou não.