ELEGÂNCIA
Elegância é um conceito bastante abrangente que, entretanto, tem se restringido equivocadamente a questões de moda, de indumentária,preferencialmente de griffes.
Elegância é muito mais do que uma roupa combinada, uma marca famosa, um porte altivo ou um andar ensaiado. Aliás, naturalidade é premissa capital da verdadeira elegância, e essa distingue de forma indelével aqueles que a possuem.
Ontem, o mundo perdeu uma pessoa elegante.
Conheci Regina Coeli através do jornalismo. No jornal, na TV e, posteriormente, através da amizade com o seu filho Nelson, tornando-nos amigos internéticos.
Trocávamos e-mails, informações, notas, e sempre que eu tinha algum fato de relevância enviava para a sua coluna, sendo imediatamente publicado.
Hoje, ao abrir o meu correio eletrônico, recebi um direto bem na boca do estômago. Regina morrera e o enterro seria hoje.
Como?!... Se anteontem mesmo, dia 06 recebera um e-mail dela desejando um feliz final de semana e solicitando notas para a sua coluna?!...
Acabara de ler, ontem à noite, Homem Comum, de Phillip Roth, que trata do enorme desafio do envelhecimento, da doença e da morte. Num trecho do livro, o personagem fala algo mais ou menos assim, em relação a esses fatos inexoráveis: "Não adianta! O jeito é segurar as pontas."
E me parece que Regina fez isso. Soube que ela levou o seu lap top para o hospital, para trabalhar. Isso é segurar as pontas... Com elegância, como era do seu feitio.
3 Comentários:
Ari, são 9 da noite. Estou pasma, abestada, sem crer que Regina Coeli se foi. Eu também falei com ela esta semana. E nós conversamos tanto... sobre a vista do apê dela para o mar, sobre nossos tratamentos. Falamos da fé inabalável dela. Concordo com você, a elegância de Regina, elegância de vida. Minha amizade com ela vem do secundário (ela colega de minha prima na Sacramentinas). Gostaria de ter ido despedir-me dela...
Também levei um susto quando vi a notícia ontem no A Tarde On line. Concordo com sua tese da elegãncia, comprovada nos dois momentos em que tive contato profissional com Regina. Em um, ela na bancada da TV Bahia, entrevistou um primo meu que organizava um congresso. Depois,ao telefone, ela brincou com o nome dele e a cor dos olhos verdes (Irismar). Anos depois, foi o inverso, eu o jornalista e ela assessora, quando foi ao jornal onde eu trabalhava, num domingo, levar a posição do Hospital São Rafel sobre a fila que deixava o pessoal ao relento. Brincou, dizendo que eu havia tirado ela de casa, num domingo, pra trabalhar. Quardo destes dois momentos a lembrança da elegãncia e também do bom humor.
Sim, Marcão. O bom humor também era uma faceta dela, assim como a beeza e o charme.
E, Maria, a despedida verdadeira é essa que fica na saudade e no bem querer.
Senti não ter ido ao enterro mais por Nelsinho, filho dela e meu amigo que também herdou da mãe a elegância.
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