MISTERIOUS 1
Mistero, nesse mundo de meu Deus, tem e é muito, seu moço. Só não vê mermo aquelas pessoa que não tem oio de vê. Essas pessoa que se intrupeça no tiscunjuro e diz que foi vurto, que foi sombra. Mas se arrupia todinha e faz o pelo siná. Ah!... lá isso faz, sim sinhô.
Vosmecê não vê o patrãozim aí?... Home de muitas letra, muitos estudo... apois, num é?... Home de muitos mistero, o patrãozim, ara se...
Óia, esse minino... esse cabra vi nacê, num sabe? Fui eu que quentei as água pro mode recebê ele no bem morno. Pois entonce... um bacuiri danado de bunitim, com uns oio profuuuundo, desses que vascuia lá nas entranha das pessoa. Foi botá os oio nele e senti calafriar o corpo inteirim. Eita!...
Nesses tempo, umas patranha esquisita se apegô dos gado, que danô de definhá tudim, não sabe?. Os animar tava lá, tudo bunitim, mas aí vinha a quizira e descarnava os bicho inté desossá os pobre tudim. As vaca prenha, essas, coitada, morria tudo nas dô do parto. Os bezerrim não desvirava de jeito manêra, mas nem que elas tussisse. Morria tudo, as mãe e os fio.
O coroné já tinha se pegado com um de tudo que vosmecê pode imaginá nesse mundo.Vetrinaro, dotô de gente, rezadêra, macumbra, condombré, gente de esprito... tudo, tudim que o disispero manda de fazê nessas hora de valame ó deus. E nada de dá jeito, seu moço.
Mais se rezava, mais se morria os boi. Mais se benzia, mais se morria as vaca. Mais se dava remédio, mais se morria as cabra. Mais se batia tambô, mais se morria os porco. E só morria e só morria e só morria.
Um sofrê!... uma tristeza!... uma condolença de cortá coração de cabra macho valente juramentado.
Apois, assunte só. No dia, mas no diazim mermo que o baicuri chegô nesses mundo, daí pra em diante, num morreu mais uma reis siqué. Óia, chego me arrupio, vesse?...
O danadim demorô pra chorá, mas era um demorá sem afrição, num sabe?... Tinha uma parecença de que o crumim tava era apreciano o locar, passano os oio assim num tudo... Apreciano mermo. E, nos de repente, abriu o berradô.
Òia, seu moço, eu te juro pr'essa luz que me alumia. Mais parecia era que o minino, tinha se alembrado de que tinha de chorá, o moço intende?... Parecía que ele tava era representano que nem esses pessoar dos circo quando tem função e, na hora da sua vez não se alembra das fala e, de repente, se alembra, entende?.
Vosmecê sabe como que os bacuirizim chora quando vem a esse mundo de meu deus, apois?... É uma cantilinara disisperada que só - cuen-cuen!...cuen-cuen!... que chega zune nos ovido. Apois... o choro do patranzim era desses, não. Era não, sim sinhô. Óia, era um choro assim, como se pode se dizê?... um choro cantado, assim... um choro aboiado... o moço intende?... Um choro cumbinado, como se fosse um sinar...
Entonce se deu-se um ocorrido que mermo que eu viva nesse mundo pra mais de secro, num vô misquecê é nunca.
Os gado tudo deparperado que num se guentava nos em pé, cumeçô tudo a mugí de renca. Um mugidôro só. E as cabra mééééééééééé e os porco oin-oin e as galinha cocoricó. Um laurido que só veno.
Ah, seu moço... mas foi uma curriria nesse Arraiá dos Sete Mistero que vosmecê num acredita. As mulé e as criança tudo saíno das casa com as mão nos juízo, os home pegano inxada, facão, porrete e rodano que nem peru, sem tenença do qui fazê, atacano as ventania.
Os urubu que reunia em bando de pra mais de quiento pelas arvre e pelos cercado, dibandiô tudo numa arrevuada preta de dá temô inté nos que num teme os mistero das sete chaga.
E, de repente, o silenço. Mas, seu moço, num era um silenço desses de quetação, não. Era um silenço de tuuuummmmmmmmm... o moço entende?... Um silenço de doê nos ovido. Apois... silenço demorado, afritoso aquele... era, sim sinhô.
Os povo da casa grande tinha corrido tudo pro tempo mode vê aquele desvarido todo. Lá dentro ficaro somente Inhá Riqueta e o bacuirizim.
Aí, pra pôco, as coisa se assentaro, vortaro aos seus naturá. Naturá, mode dizê, proquê agora era o povaré que tagarelava num cunversê sem pará. E a cumade viu isso?... E o cumpade viu aquilo?... É fim de mundo, cumade. Sinar dos tempo, cumpade. Essas coisa sem sustança que se diz nessas hora de desvalença.
No de repente, um grito de me acode cortô as conversa tudo, travessano o ar feito chispe. Custódia, que vem a sê minha mulé, tava parada na solêra do alprende num desarvoro de dá dó. Só num digo que tava branca por causo que ela é inté mais retinta de que eu.
A sinhá!... A sinhá!... Acode, gente!...
Mas foi um correrê só, seu moço de Deus!... O patrão na diantêra e os pessoar da casa tudo nos seu calcanho.
A desgraça foi o que se deu-se, seu moço.
No quarto, a patroa, Inhá Riquêta, recostada na cama, mortinha, mortinha, mas, sabe lá o sinhô Deus de que manêra, com o minino nos peito se fartando do leite da maezinha morta.
Que a santa vilge me perdoe, se fô pecado, mas, seu moço, era uma visão tão bonita, dessas de dá muito gosto de se apreciá. Coisa de fazê o coração veludá e as lágrima marejá na berada dos óio. A mãe, Dona Riquêta, mais arvinha do que já era em vida, os óio fechadim, sem um pisque, pareceno que tava drumino, e o trocim nos braço, nuzim, nuzim, cumo vêi a esse mundo. A mãozinha nos peito da mãe, como se acarinhasse, e a boquinha fuminta, churupitano de istalá. Óia, seu moço, visão mais bonita num se pode tê nesse mundo. Paricía image de santim qui os padre da Boa Vista presentêa as pessoa nos dia de prucissão.
Apois, foi... Morreu, sim. De que?... Inté os dia de hoje num se sabe.

Que a prosperidade seja glorificada,
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1 Comentários:
quero ler o capitulo 2
publica! publica! publica!!!!!
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