SABEDORIA DOS PROVÉRBIOS
"O que você não vê com os olhos não testemunhe com a sua boca"
em FILÓSOFO DE ITAPUÃ;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;
ASSIM FALOU RABELAIS (1494-1553):
"Cette année, les aveugles ne verront quebien peu,les sourds ouïront assez mal;les muets ne parleront guère; les riches se porteront um peu mieux que les pauvres,et les sains mieux que les malades. Vieillesse sera incurable cette année à cause des années passées..."
"Este ano, os cegos não verão grande coisa, os surdos ouvirão muito mal; os mudos não falarão coisa nenhuma; os ricos se comportarão um pouquinho melhor que os pobres, e os sadios, melhor que os doentes.
A velhice continuará incurável este ano, por causa dos anos passados."
"O milagre não é dar vida ao corpo extinto,
Ou luz ao cego, ou eloqüência ao mudo...
Nem mudar água pura em vinho tinto...
Milagre é acreditarem nisso tudo!"
Mario Quintana
Marina Lima e Antonio Cicero
(bom de se ouvir com Adriana Calcanhoto, em Maré)
Um
Foi grande o meu amor
Não sei o que me deu
Quem inventou fui eu
Fiz de você meu sol
Da noite primordial
E o mundo fora nós
Se resumia a tédio e pó
Quando
Tudo
Dois
Se você quer amar
Não basta um só amor
Não sei como explicar
Um só sempre é demais
Pra seres como nós
Sujeitos a jogar
As fichas todas de uma vez
Sem temer naufragar
Não há lugar pra lamúrias
Essas não caem bem
Não há lugar pra calúnias
Mas por que não nos reinventar?
Três
Eu quero tudo que há
O mundo e seu amor
Não quero ter que optar
Quero poder partir
Quero poder ficar
Poder fantasiar
Sem nexo e em qualquer lugar
Com seu sexo junto ao mar.
19h00
ODISSÉIA A JORNADA DO HERÓI
Professora Nancy Mangabeira Unger
Dia 17.12 (quarta-feira)
19h00
O RISO
Professor Roberto Kennedy de Lemos bastos
Local: Auditório do Palacete das Artes Rodin Bahia
Rua da Graça, 284
Compareça!
Em artigo do mago, alquimista, biografado e escritor Paulo Coelho,intitulado Promiscuidade Animal, leio o seguinte: (segundo o professor David Barash, da Universidade de Washington) "A única espécie completamente monogâmica é uma ameba, a Dilozoon Paradoxum, que é encontrada em organismos de certos peixes."
Então tá.
Correio da Bahia / 13 de dezembro de 2008
Segundo o Ministério da Saúde, os principais problemas com drogas no mundo estão associados ao tabaco e ao álcool. Relatório do Escritório das Nações Unidas Contra Drogas e Crimes (Undoc) constata ainda que, nos últimos cinco anos, o consumo de drogas ilegais no mundo inteiro abrangeu em torno de 5% da população mundial.
Correio da Bahia / 13 de dezembro de 2008
Entretanto, o tabaco e o álcool são encontrados em quaisquer quantidades, em diversos sabores e embalagens, nas melhores e nas piores casas do ramo.
Esse mundo é doido mesmo.
As pessoas se arvoram em defensoras da proibição ao uso das chamadas drogas ilegais somente porque assim alcunhadas.
Só pode ser isso. Porque, essas mesmas pessoas, podem fumar feito caiporas e beber como gambás. Ou, ao menos, conhecem e convivem harmoniosamente com quem assim o faz.
Agora é moda culpar os usuários por alimentar a cadeia que dá origem ao tráfico e, consequentemente, à violência.
Onde fica a coerência, a isonomia no tratamento do uso de drogas.
Cigarro, birita, drogas farmacêuticas poooodeeee, são lícitas, né? Existe toda uma indústria poderosa por detrás delas destruindo vidas com um afã maior do que o das drogas ilícitas. Essas não poooodeeee!
Parece-me que a coerência apresenta apenas duas opções: proibir o tabaco e o álcool ou legalizar já as demais drogas.
Será que existe alguma outra lógica?
O Palacete das Artes Rodin Bahia abriga, a partir de hoje, a exposição ABRAÇOS NA ARTE: BRASIL/JAPÃO, dentro das comemorações dos 100 Anos da Imigração Japonesa.
Beleza, tradição, delicadeza e muito talento integram a mostra que expõe obras de talentosos artistas "japoneses-brasileiros", a exemplo de Manabu Mabe, Tomie Ohtake, James Kudo, Massao Okinaka, Kazuo Wakabayashi, dentre outros.
Curadoria dos artistas plásticos Yugo Mabe e Roberto Okinaka.
Quem perder... perderá. Araruta, araruta...
SERVIÇO:
O que: Exposição "ABRAÇOS NA ARTE: BRASIL/JAPÃO"
Onde: Palacete das Artes Rodin Bahia / Rua Da Graça, 284 / Graça
Quando: De 12.12.2008 a 01.03.2009
Horários: Sempre de terça a domingo, das 10h00 às 18h00
ENTRADA FRANCA
BATE-PAPO COM OS ARTISTAS
Na próxima quarta-feira, dia 10.12, às 18h30, no Palacete das Artes, os artistas Yugo Mabe, Roberto Okinaka, Yutaka Toyota, Kazuo Wakabayashi e Ayao Okamoto estarão conversando com o público a respeito da participação dos artistas japoneses nas artes plásticas brasileiras.
Tema: Transição da Arte Nippo-Brasileira (Pioneiros, Abstracionismo e Geração Livre - Os Descendentes)
Local: Palacete das Artes Rodin Bahia, Rua da Graça, 284, Graça
Entrada franca
As palavras por vezes nos encantam. Assim, de repente. Soam diferentes, como se nunca tivessem sido escutadas antes. Parede. Estátua. Balbúrdia. Bunda. E tantas outras. Soam como se isoladas dos seus significados, ganhando uma nova estrutura, uma nova roupagem, uma vida nova. Capadócio. Esculacho. Latrina. Peido. Menina. Coisa.
Assim são as palavras. Voluntariosas, sestrosas.
Mas, ultimamente, uma palavra tem estado constantemente em mim: Gentileza.
Diria mesmo que estou apaixonado por ela. Por sua elegância, seu porte altaneiro, sua simplicidade, seu jeito clean.
Por causa dessa paixão, tenho buscado incessantemente a sua presença e, cada vez mais, constato a sua ausência, a sua condição de espécie em extinção.
Quando criança, fomos educados a ser atenciosos e gentis com as pessoas. Com os mais velhos e com as mulheres, principalmente. E isso era, de fato, praticado. Fazia parte, era natural ser gentil.
Outro dia, num shopping da cidade, encontrei um amigo e caminhamos juntos durante um bom tempo. Observei que ele, por diversas vezes, passava na frente das pessoas, não segurava a porta para que as pessoas passassem... essas coisas. No entanto, trata-se de uma pessoa extremamente atenciosa, educada, culta, enfim, gente boa.
Fiquei pensando a respeito, e tendo a crer que estamos vivendo uma crise de alteridade. Não estamos conseguindo mais ver o outro, considerá-lo, tê-lo sob perspectiva constante, como convém a uma convivência ética.
A partir dessas constatações, decidi tentar resgatar em mim a gentileza. Exercitá-la cotidianamente, na expectativa de que ela passe a ser algo natural e espontâneo.
Saindo de uma agência bancária, vi uma senhora que caminhava em direção à porta pela qual eu estava saindo. Segurei a porta e esperei que ela passasse. Somente por esse pequeno gesto, recebi um belo sorriso, cheio de significados: surpresa, enlevo, agradecimento, esperança, alegria. Com certeza, aquele pequeno gesto fez a diferença para mim e para aquela senhora. O dia foi mais bonito por isso.
Não quero ser piegas, mas estou com a sensação de ter "descoberto a pílula". Acho que a gentileza pode ser a chave de tudo, porque ela implica em atenção, reconhecimento, civilidade, carinho, nobreza, cortesia, delicadeza, urbanidade, amabilidade, elegância, encanto, graça, agrado, ética e, mais que tudo, humanidade.
Proponho, então, que todos nós exercitemos a gentileza. Em todos os níveis, em todas as relações, com todas as pessoas, inclusive com a gente mesmo.
Mas faz-se necessária uma vigilância constante. Atenção máxima.
Cacete!!! Como diz Maria: "Tomou papudo?"
Pedi desculpas, sem graça, e agradeci enfaticamente. Mas percebi que eu tinha cortado o barato dela e, com a minha falta de gentileza (não chegou a ser uma grosseria), estraguei um gesto tão grandioso.
Clarice Lispector: homenagem filosófica do Palacete das Artes
Ela é uma das mais importantes escritoras do século XX no mundo, e por ser dona de um texto introspectivo e cheio de indagações filosóficas, será lembrada e analisada, no dia 10 de dezembro de 2008 (dia em que estaria completando 88 anos), às 19h, pela prof. Antonia Herrera do Instituto de Letras da UFBA, dando continuidade ao projeto Filosofando no Palacete, que tem coordenação acadêmica do artista e filósofo Tiganá Santana.
... Sobre Clarice, Herrera afirma: "É uma escritora clássica, sem dúvidas, mas nunca deixou de tocar em assuntos marginais, de pôr o dedo na ferida, de vencer as aparências, de tocar de modo cruel nas questões mais escondidas do ser humano. No âmbito das suas indagações existenciais, o seu "ver o mundo" aproxima-se da filosofia de Nietzsche".
(extraído de release do jornalista Marlon Marcos)
Serviço
Projeto: Filosofando no Palacete
Palestra: Refletindo a partir de Clarice Lispector
Palestrante: Prof. Drª. Antonia Herrera
Local: Auditório do Palacete das Artes Rodin Bahia
Quando: 10 de dezembro de 2008
Horário: 19h.
Endereço: Rua da Graça, 284, Graça
Entrada Franca
Maiores informações:
Ascom/Palacete das Artes: Marlon Marcos(DRT-BA 2235): (71) 3117-6986
Mistero, nesse mundo de meu Deus, tem e é muito, seu moço. Só não vê mermo aquelas pessoa que não tem oio de vê. Essas pessoa que se intrupeça no tiscunjuro e diz que foi vurto, que foi sombra. Mas se arrupia todinha e faz o pelo siná. Ah!... lá isso faz, sim sinhô.
Vosmecê não vê o patrãozim aí?... Home de muitas letra, muitos estudo... apois, num é?... Home de muitos mistero, o patrãozim, ara se...
Óia, esse minino... esse cabra vi nacê, num sabe? Fui eu que quentei as água pro mode recebê ele no bem morno. Pois entonce... um bacuiri danado de bunitim, com uns oio profuuuundo, desses que vascuia lá nas entranha das pessoa. Foi botá os oio nele e senti calafriar o corpo inteirim. Eita!...
Nesses tempo, umas patranha esquisita se apegô dos gado, que danô de definhá tudim, não sabe?. Os animar tava lá, tudo bunitim, mas aí vinha a quizira e descarnava os bicho inté desossá os pobre tudim. As vaca prenha, essas, coitada, morria tudo nas dô do parto. Os bezerrim não desvirava de jeito manêra, mas nem que elas tussisse. Morria tudo, as mãe e os fio.
O coroné já tinha se pegado com um de tudo que vosmecê pode imaginá nesse mundo.Vetrinaro, dotô de gente, rezadêra, macumbra, condombré, gente de esprito... tudo, tudim que o disispero manda de fazê nessas hora de valame ó deus. E nada de dá jeito, seu moço.
Mais se rezava, mais se morria os boi. Mais se benzia, mais se morria as vaca. Mais se dava remédio, mais se morria as cabra. Mais se batia tambô, mais se morria os porco. E só morria e só morria e só morria.
Um sofrê!... uma tristeza!... uma condolença de cortá coração de cabra macho valente juramentado.
Apois, assunte só. No dia, mas no diazim mermo que o baicuri chegô nesses mundo, daí pra em diante, num morreu mais uma reis siqué. Óia, chego me arrupio, vesse?...
O danadim demorô pra chorá, mas era um demorá sem afrição, num sabe?... Tinha uma parecença de que o crumim tava era apreciano o locar, passano os oio assim num tudo... Apreciano mermo. E, nos de repente, abriu o berradô.
Òia, seu moço, eu te juro pr'essa luz que me alumia. Mais parecia era que o minino, tinha se alembrado de que tinha de chorá, o moço intende?... Parecía que ele tava era representano que nem esses pessoar dos circo quando tem função e, na hora da sua vez não se alembra das fala e, de repente, se alembra, entende?.
Vosmecê sabe como que os bacuirizim chora quando vem a esse mundo de meu deus, apois?... É uma cantilinara disisperada que só - cuen-cuen!...cuen-cuen!... que chega zune nos ovido. Apois... o choro do patranzim era desses, não. Era não, sim sinhô. Óia, era um choro assim, como se pode se dizê?... um choro cantado, assim... um choro aboiado... o moço intende?... Um choro cumbinado, como se fosse um sinar...
Entonce se deu-se um ocorrido que mermo que eu viva nesse mundo pra mais de secro, num vô misquecê é nunca.
Os gado tudo deparperado que num se guentava nos em pé, cumeçô tudo a mugí de renca. Um mugidôro só. E as cabra mééééééééééé e os porco oin-oin e as galinha cocoricó. Um laurido que só veno.
Ah, seu moço... mas foi uma curriria nesse Arraiá dos Sete Mistero que vosmecê num acredita. As mulé e as criança tudo saíno das casa com as mão nos juízo, os home pegano inxada, facão, porrete e rodano que nem peru, sem tenença do qui fazê, atacano as ventania.
Os urubu que reunia em bando de pra mais de quiento pelas arvre e pelos cercado, dibandiô tudo numa arrevuada preta de dá temô inté nos que num teme os mistero das sete chaga.
E, de repente, o silenço. Mas, seu moço, num era um silenço desses de quetação, não. Era um silenço de tuuuummmmmmmmm... o moço entende?... Um silenço de doê nos ovido. Apois... silenço demorado, afritoso aquele... era, sim sinhô.
Os povo da casa grande tinha corrido tudo pro tempo mode vê aquele desvarido todo. Lá dentro ficaro somente Inhá Riqueta e o bacuirizim.
Aí, pra pôco, as coisa se assentaro, vortaro aos seus naturá. Naturá, mode dizê, proquê agora era o povaré que tagarelava num cunversê sem pará. E a cumade viu isso?... E o cumpade viu aquilo?... É fim de mundo, cumade. Sinar dos tempo, cumpade. Essas coisa sem sustança que se diz nessas hora de desvalença.
No de repente, um grito de me acode cortô as conversa tudo, travessano o ar feito chispe. Custódia, que vem a sê minha mulé, tava parada na solêra do alprende num desarvoro de dá dó. Só num digo que tava branca por causo que ela é inté mais retinta de que eu.
A sinhá!... A sinhá!... Acode, gente!...
Mas foi um correrê só, seu moço de Deus!... O patrão na diantêra e os pessoar da casa tudo nos seu calcanho.
A desgraça foi o que se deu-se, seu moço.
No quarto, a patroa, Inhá Riquêta, recostada na cama, mortinha, mortinha, mas, sabe lá o sinhô Deus de que manêra, com o minino nos peito se fartando do leite da maezinha morta.
Que a santa vilge me perdoe, se fô pecado, mas, seu moço, era uma visão tão bonita, dessas de dá muito gosto de se apreciá. Coisa de fazê o coração veludá e as lágrima marejá na berada dos óio. A mãe, Dona Riquêta, mais arvinha do que já era em vida, os óio fechadim, sem um pisque, pareceno que tava drumino, e o trocim nos braço, nuzim, nuzim, cumo vêi a esse mundo. A mãozinha nos peito da mãe, como se acarinhasse, e a boquinha fuminta, churupitano de istalá. Óia, seu moço, visão mais bonita num se pode tê nesse mundo. Paricía image de santim qui os padre da Boa Vista presentêa as pessoa nos dia de prucissão.
Apois, foi... Morreu, sim. De que?... Inté os dia de hoje num se sabe.